quarta-feira, 6 de maio de 2015

Ainda Beja na imprensa.

“Apesar das muitas contrariedades, um encontro de trinta grupos corais no recinto da Ovibeja e ainda um jogo de futebol dos "campeões", a praça Varela Crujo registou uma boa entrada de público, que teve o privilégio de assistir a uma grandiosa corrida de toiros.TOIROS diz-se que sem ovos não há omelete, mas neste caso os ovos eram de qualidade extra o que proporcionou aos "cozinheiros" dar largas à sua imaginação e oferecer aos presentes  um pitéu de bradar aos céus. De excelente apresentação e com extraordinárias condições de lide os seis exemplares de Passanha Sobral, honraram a divisa que ostentam "obrigando" os seus representantes a uma triunfal volta à arena. CAVALEIROS- Tito Semedo perante produto de ótima qualidade os marialvas responderam positivamente com Tito a tomar iniciativa e a colocar fasquia bem alta com duas excelentes atuações. Rui Fernandes bem no primeiro que lhe tocou em sorte, mas foi no segundo, um toiro de campeonato que Fernandes numa atuação só ao alcance dos predestinados "obrigou" o público a beber e saborear a essência do seu toureio. Marcos Bastinhas tocou-lhe um lote de primeira linha com dois toiros merecedores de lides recheadas de maestria, e foi o que aconteceu pois Marcos apesar da sua juventude está um verdadeiro maestro impondo aos toiros lides de enorme profundidade só ao alcance dos que nasceram toureiros. FORCADOS a primeira parte da corrida foi em relação a pegas tão má que concordei de imediato quando alguém a meu lado afirmou - estes hoje não merecem o jantar. Porém na segunda metade da corrida os grupos  (S. Mansos, Cascais e Beja) emendaram a mão e proporcionaram a todos os presentes boas pegas sobretudo João Fialho dos Amadores de Beja que realizou um pegão. JOAQUIM FAÍSCO - quando o veterano forcado dos Amadores de Cascais saltou à arena de barrete na mão para tentar a sorte de caras, ele que é o principal rabejador do grupo e que ultimamente raramente pega de caras redobrei a minha atenção e foi com enorme satisfação que assisti a uma eficaz demonstração de como se pegam toiros (quem sabe nunca esquece). Contudo a vida de forcado é por vezes ingrata e o Faísco que até ao momento era o único cara que justificava um bom jantar, trocou o restaurante pelo Hospital de Beja onde foi na manhã seguinte operado pelo Cirurgião Rui Sousa a uma dupla fratura da Tíbia e Perónio. DIRETOR - a corrida foi superiormente dirigida pelo catedrático Agostinho Borges assessorado pela veterinária Ana Gomes que para além da reconhecida competência é bela e simpática.” (portadossustos 05/05/2015 José Luis Figueiredo)


Quando há Toiros, Toureiros e Forcados há festa. Pena que o público dê cada vez mais sinais claros de pouca instrução taurina, tal a forma insipiente e fria com que reage ao que se passa na arena, sempre que não exista folclore, saltos, braços no ar e correria.  Agridoce pode ser o sabor que caracterize a Corrida Ovibeja 2015, pelo atras exposto. Um curro bem apresentado, com muita transmissão, motor,  raça, codicía, sem maldade, fiero e a exigir, sem querenças. Um trio de toureiros distintos, com distintos recursos, mas que nunca virou cara ás circunstancias, nunca tentou malabarismos para enganar o “pagante” e chegou mesmo a momentos de acesa e saudável competição, sempre com muita sobriedade e bom-senso. Três Grupos de Forcados que tiveram que se aprumar depois de uma primeira parte de inadaptação a TOIROS, ao invés dos “toirecos” que predominam  nas temporadas dos Forcados atuais. Moral da história: Uma corrida “à séria”, para apreciadores, porque houve Toiros!! Sobre o curro de Passanha Sobral já dissemos o essencial. Grande nota no global, com os 1º, 2º, 5º e 6º (este menos exuberante) a serem os de maior destaque, o 3º mais reservado e com sentido e o 4º nobre mas diminuído. Triunfou com muita força na apresentação na Praça da sua terra, com uma corrida completa, e manteve o hábito das ultimas corridas completas que saíram (muito curta camada em cada ano): Chamada, justa, do ganadeiro à Praça! A cavalo uma tarde interessante no registo de cada interveniente. Tito Semedo lidou o belíssimo 1º em tom de correção, com aprumo e maturidade de “toureiro velho”. Teve sentido de lide e soube sair no momento certo quando o publico já se rendera a uma acuação séria, limpa, ligada e que chegou pela via do respeito ás bancadas. No seu segundo andou mais facilão a cuidar um toiro sem faculdades, com problemas de mobilidade. Mais em curto, deixou a ferragem da ordem com limpeza a "segurar" o oponente. Boa e agradável prestação, assim reconhecida pelo publico. Rui Fernandes andou laborioso em ambos os toiros. Teve o melhor lote e triunfou com força, está com rodagem e bem montado. Soube conduzir ambas as lides por forma a tirar partido do bom que tinham os seus dois oponentes. Soube ligar-se ao publico e deixar de forma variada a ferragem, com ligação e sentido de lide próprio de que está para arrear e em pleno. Muito bem e triunfante em ambas, com maior ambiente e harmonia  perante o magnifico quinto. Marcos Bastinhas, ainda á procura do ritmo de cruzeiro, respondeu aos companheiros de cartel com raça e profissionalismo e chegou também a bom nível. No primeiro esteve artista e laborioso, contornou um oponente com sentido e a medir que apertava muito, sem malabarismos e com seriedade lidadora. No seu segundo triunfou mais forte, com verdade, sentido de lide e em plano artístico a arrimar-se ao público com boas execuções, variadas e rematadas com a marca da casa. Foi mais um saudável competidor na tarde. Apenas dois reparos:  Um para a ferragem a silhas passadas em algumas ocasiões, que a todos aconteceu. Numa tarde tão interessante pela positiva, constituiu uma pecha a melhorar e aprumar. Outro para o facto de, não se dar primazia de investida a toiros que deixaram vontade de ver com mais "vento pela proa"... Nas pegas duas partes distintas. Uma primeira em que houve toiros a mais e forcados a menos. Erraram nas primeiras tentativas os caras (não mandaram nos toiros, sobretudo nas reuniões)  e porque eram TOIROS aprenderam e passaram a lutar com outras “ideias”, sobretudo o terceiro. Na segunda parte as melhores execuções e mais acertadas remediaram uma atuação para futuro estudo "caseiro e honesto”, dos três Grupos. Por S. Manços, João Fortunato à 4ª e de cernelha (numa decisão acertada dadas as condições físicas do toiro) Manuel Vieira e Paulo Gomes à 1º entrada, sem problemas. Por Cascais, Carlos Dias à 6ª a resolver e Joaquim Faísco à 1ª, numa boa pega e com grave fractura do peróneo direito. Por Beja, Miguel Sampaio à 5ª a resolver e João Fialho muito bem à 1ª, numa pega tecnicamente perfeita e bonita, como poderia ter sido a maior parte, das da tarde. Se houvesse mais "toreria" em praça por parte dos Forcados de "cara", para aproveitar o brilhantismo que a raça dos Passanha Sobral emprestava. Direcção acertada de Agostinho Borges, coadjuvado pela Dr.ª Ana Gomes, Dª Ana Narciso enquanto cornetim, embolação e ferragem de Bruno Lopes e abrilhantou a Banda da Sociedade Filarmónica Capricho Bejense uma corrida com meia casa preenchida. (toureio.pt 4/05/2015 Nelson Lampreia)