sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Joaquim Bastinhas: capitulo III

Joaquim Bastinhas vai traçando a sua trejectória nas arenas. Conciliando os estudos para regente agrícola, o seu desejo de se tornar um dia cavaleiro de alternativa vai-se afirmando na sua personalidade e começa a ser notado. Tem o apoio total de seu pai e os espectáculos vão surgindo. São tempos em que o Maestro empenha-se e a sua entrega e trabalho vão dando frutos, até porque o seu carácter aberto e a alegria que põe em cada corrida, assim como o toureio sempre muito personalizado marcam-lhe uma posição, a qual só com muito trabalho vai vingando. Ressuscita uma sorte caída em desuso: o par de bandarilhas marcado pela diferença: Bastinhas cita os toiros de terrenos de dentro para fora, expondo-se, mostrando-se aos toiros e arriscando tudo, dando outra dimensão a esta sorte do toureio a cavalo, já que era usual ser praticado pelo "corredor" das tábuas. No entanto uma trajectória iniciada a 18 de Fevereiro de 1969, data em que se apresentou ao publico na praça de toiros do Campo Pequeno é interrompida para cumprir o serviço militar, então obrigatório, ingressando na unidade de comandos da Amadora em 1974. Serviço militar cumprido, Joaquim Bastinhas  retoma a sua actividade como toureiro em 1977, partilhando parte do seu dia a dia com a lavoura, actividade familiar que vem já do tempo de seu avô paterno, Matias Tenório. Sentindo-se preparado e com ambição o Maestro dá mais um passo em frente como toureio e no dia 9 de Setembro de 1979 na praça de toiros de Vila Viçosa presta prova para cavaleiro praticante, alternado nessa tarde com David Ribeiro Telles, José Luís Sommer de Andrade e João e António Ribeiro Telles. Após a prova Joaquim Bastinhas começa a tourear não só as praças do Alentejo, mas também nas do centro do País. Com os aficionados a falarem do "jovem toureiro de Elvas. Praças de toiros, com aficionados exigentes, como as de Alcácer do Sal, Évora, Beja, Setúbal, Vila Franca de Xira, Cartaxo e Campo Pequeno entre outras, põem-no á prova. Como cavaleiro praticante toureia 7 tardes na praça de toiros da capital (em amador toureou 4 tardes no Campo Pequeno), preparando-se para a alternativa que viria a acontecer na temporada de 1983, na praça de toiros de Évora. Neste espaço de tempo o Maestro, começa a reunir uma quadra de cavalos de toureio, que viria a ser muito preciosa para a sua carreira, destacando-se nessa época o "Rouxinol" ferro "Rio Frio" com que parava os toiros, o "Guiso" com o ferro de seu pai Sebastião Tenorio e um "poldro" ferro Romão Tavares" - o célebre "Trinco".












"Rouxinol"

"Guiso"
"Trinco"